Como lidar com o conflito de gerações no ambiente corporativo
Propiciar a integração e a troca de experiências é fundamental para manter a harmonia no seu negócio.
Aliar a experiência e a ponderação à criatividade e inovação é uma boa ideia, mas quando isso envolve pessoas no mesmo ambiente de trabalho temos que tomar um pouco mais de cuidado.
A convivência de várias gerações dentro de um ambiente de trabalho traz muitos benefícios, No entanto, é preciso lidar com as resistências causadas pelo conflito de gerações.
Os conflitos podem ser de relacionamento, aquele que abrange diferenças pessoais, de valores e objetivos , conflitos de processo que envolvem delegações de atividades no trabalho e conflito de tarefas que estão relacionadas a finalidade do trabalho quanto aos seus objetivos e metas.
A consultoria VitalSmarts em pesquisa com gestores detectou que pelo menos cinco horas de trabalho são perdidas em discussões com diferentes faixas etárias por terem pensamentos divergentes .Isso implica numa perda de até 12% do faturamento.
Perfis geracionais
Atualmente podemos facilmente lidar com quatro gerações diferentes nos ambientes de trabalho. São elas:
Veteranos ou tradicionalistas (nascidos antes de 1946): nascidos na era do rádio, são conservadores, patriotas, organizados e econômicos, têm família grande e não costumam sair de casa a não ser para ir ao trabalho. Babyboomers (1946-1964): são competitivos, têm valores sólidos e foram criados sob valores e educação rígida, que os tornam bons líderes. Assistem muito à televisão, são confiantes, otimistas e iniciaram a cultura do consumismo.Têm dificuldade de lidar com mudanças. Geração X (1965-1979): são desconfiados, individualistas, utilizam muito o computador, mas se sentem ameaçados por ele. Não acreditam nas instituições e no Estado, buscam por seus direitos, são libertários e demonstram preocupação com o futuro das gerações mais novas. Geração Y ou millenium (1980-2000): realistas, objetivos, superconectados, ambiciosos, têm coragem para assumir riscos, não gostam de realizar tarefas aquém de seus conhecimentos, adaptam-se mais facilmente a novos ambientes, são multitarefa e sabem lidar com grande fluxo de informações.
Gestão de conflitos
O que podemos fazer para lidar com as resistências
Coaching
O coaching pode ser uma boa alternativa. A figura de um coach pode ajudar no aprendizado de se trabalhar em equipe aproveitando o melhor de cada geração , propiciando aprendizado, aprimorando relações interpessoais e compartilhando informações .
Ele pode auxiliar que os profissionais possam repensar suas atitudes e limitações utilizando perguntas que levem a essa reflexão.
Um mix de profissionais de diversas gerações numa mesma equipe com a supervisão do coach pode dar excelentes resultados e serve para criar um ambiente propício para a criatividade.
Workshop
A realização de workshops com dinâmicas em grupo para estimular o espírito de equipe e o autoconhecimento funciona muito bem para minar eventuais resistências .
Antes de tudo é necessário que o setor de Gestão de pessoas mapeie quais os comportamentos que devem ser melhorados na organização para depois atuar.
Um bom leiaute
Ambientes abertos também facilitam a integração, estimulam a comunicação interpessoal, desencorajam fofocas e incentivam a troca de experiências.
Algumas atitudes podem ajudar no bom andamento do trabalho e obter maior sinergia entre as pessoas:
Respeite a forma de comunicação entre as pessoas: nem sempre e-mail é a melhor forma para comunicar um fato ou fornecer um feedback. Conversas “one to one” geralmente são a forma preferida de lidar com as gerações mais antigas. Estimule a troca de informações e conhecimentos: promova reuniões em grupo com empregados de diferentes gerações para colher novas ideias, ouvir sugestões de como melhorar processos. Aprenda a motivar corretamente: cada geração é motivada diferentemente. Os mais velhos acreditam que têm uma missão ao estar em uma empresa e é essa missão que os motiva. Já os mais novos são estimulados por feedbacks positivos. Atender a essas expectativas faz as diferenças parecerem mais suaves. No entanto, temos que atentar para o bom senso. Exagerar nos feedbacks e no reconhecimento também pode gerar ciúmes e acomodação. Entenda as diferentes prioridades: as gerações mais novas costumam preservar a qualidade de vida não abrindo mão dos seus interesses, horários e demais atividades fora do trabalho. Já os mais velhos estão dispostos a sacrificarem-se pela empresa. Por isso, encaram os mais jovens como empregados sem compromisso. No entanto, a geração mais velha se sente muito mais injustiçada no caso de uma promoção frustrada, ou um feedback sobre melhoria no trabalho executado. Vale novamente agir com bom senso estimulando o compromisso com a empresa sem perder a qualidade de vida. Aprendendo a aprender e aprendendo a ensinar: estimule o aprendizado no uso de tecnologias nas gerações mais velhas. Aproxime as gerações utilizando uma para ensinar a outra. Incentive os mais velhos a relatarem experiências de sucesso e de insucesso para que sirva de aprendizado para os mais novos. Esse empoderamento das gerações irá resultar em um ambiente frutífero e amistoso onde todos saberão que têm algo a contribuir para o sucesso do negócio.
Harmonia no ambiente
Se encarado e trabalhado de forma correta, o conflito de gerações pode não ser prejudicial. Lembre-se de que cada vez estamos vivendo mais e nos aposentando mais tarde. Esse contato entre o “novo” e o “experiente” pode impulsionar a inovação e provocar melhorias no processo decisório.
Afinal, diversificar a forma de pensar e sair da zona de conforto é bom para a empresa repensar processos e criar alternativas. Pensar e agir da mesma forma pode ocasionar uma inércia progressiva que não é nada saudável para os negócios.
Fonte: SEBRAE